Helcias B. de Pádua
Biólogo-C. F. Bio 00683-01D
Jan.2010
E as águas vão rolar
Triste é ver estampadas na mídia as tragédias ocasionadas pela água.
Mas a culpa esta na água? Esta na natureza?
Como biólogo e interessado pelas águas, “embora não saiba nadar”, digo categoricamente que não!
São inúmeros os itens que levam a isso.
Vejamos:
Para se entender e analisar um fato, o primeiro passo deve ser à busca de informações. Depois apontar ou procurar apontar o fator ou fatores que levaram ao inicio do fato, e ai vem à causa, ou seja, o que levou ou poderá conduzir o desencadeamento e suas conseqüências.
Mas tudo isso é previsível?
Tive um professor que sempre afirmava: “a água só sai ou segue por um buraco ou caminho”.
Encontrei na Internet inúmeras figuras que exemplificam bem o que pode acontecer no que se chama de Ciclo Hidrológico ou Ciclo da Água.
O vapor de água é praticamente invisível, mas rapidamente se torna visível ao se resfriar e condensar em contato com alguma coisa.
Você já reparou na umidade que surge nas janelas de um carro quente em um dia frio. Está vendo a condensação em ação. O vapor de água quente toca a janela fria e volta ao estado líquido. E o embaçamento interno no vidro do seu carro, com a formação de gotículas de água quando da ocorrência de chuva ou queda da temperatura externa.
Então as nuvens se formam de maneira semelhante. A atmosfera está repleta de pequenas partículas conhecidas como núcleos de condensação, que vem desde erupções vulcânicas, ventos, incêndios e poluição. Isso numa explicação bem simples.
Quando o vapor de água se condensa, adere a essas partículas microscópicas.
Se houver vapor de água em refrigeração no ar e em volume suficiente, as partículas se acumulam aos milhões e formam nuvens. Caso as temperaturas sejam frias o bastante, a água se transforma em gelo em torno dos núcleos de condensação. Ocorre à precipitação em forma liquida ou mesmo de granizo (gelo).
Essa água pode ser absorvida pelo solo, correr sobre (em cima) ou quando infiltrada, sob (abaixo) uma laje de granito, ou ser acumulada em um vale ou calha.
Um aspecto que garante a infiltração dessa água pelo solo e a presença de vegetação. Caso contrario ela se acumula na superfície e segue o seu caminho, “morro abaixo”. E ai leva tudo. “Água de morro abaixo, fogo de morro acima, chuchu na serra,..., ninguém segura” sabiamente afirmava minha tia.
Da água que precipita sobre as áreas continentais, calcula-se que a maior parte (60 a 70%) infiltra. Vê-se, portanto, que a parcela que escoa diretamente para os riachos e rios é pequena (30 a 40%). É essa água que mantém os rios fluindo o ano todo, mesmo quando fica muito tempo sem chover. Quando diminui a infiltração, necessariamente aumenta o escoamento superficial das águas das chuvas. Ai os rios transbordam, inundando as suas margens.
Portanto a infiltração é importante para regularizar a vazão dos rios, distribuindo-a ao longo de todo o ano, evitando, assim, os fluxos repentinos, que provocam inundações.
Não adianta culpar apenas a natureza.
Esta relação entre a quantidade de água que se precipita na forma de chuva, a quantidade que se infiltra, ou aquela que tem escoamento superficial imediato e a que volta para a atmosfera na forma de vapor, constitui uma verdade da qual não podemos escapar.
Como vimos, quando uma chuva cai, o natural é que grande parte da água se infiltre através dos espaços que encontra no solo e nas rochas. Pela ação da força da gravidade vai até não encontrar mais espaços, começando então a se movimentar horizontalmente em direção às outras áreas. O perigo esta no encontro logo abaixo de uma laje ou porção impermeável, inclinada, fazendo com que a água escorra sobre ela e que com sua força e acumulo arraste camadas superficiais do solo. São os desmoronamentos.
A única força que se opõe a este movimento é à força de adesão das moléculas d’água às superfícies dos grãos ou das rochas por onde penetra, ou seja, a água e retida por infiltração vertical e aonde há suficiente solo permeável ocorre vegetação.
A água que não se infiltra, escorre sobre a superfície inclinada, levando pouco tempo para percorrer muitos e muitos metros em direção às áreas mais baixas, indo alimentar diretamente os riachos, lagos, rios, mares e oceanos. Nas cidades, grande parte do solo é impermeabilizada e a conseqüência lógica disso é o aumento do volume d’água que escoa, provocando inundações e retenções nas áreas baixas.
Pois então, o caminho subterrâneo das águas é o mais lento e mais seguro.
São corretas as afirmações de que está havendo um aquecimento global e de que este levará ao aumento das chuvas. Espera-se, portanto um agravamento do problema de inundações nos países tropicais, sem contar com o aumento do nível dos oceanos pelo derretimento das calotas glaciais. E olha que já esta ocorrendo inversão nas características climáticas nas regiões.
Já a água subterrânea poderá levar dias e dias para percorrer poucos metros. Havendo oportunidade esta água poderá voltar à superfície, através das fontes, indo se somar às águas superficiais, ou então, voltar a se infiltrar novamente.
O aspecto importante nesse ciclo prende-se a presença da vegetação, pois uma parte da água que cai é absorvida pelas raízes e acaba voltando à atmosfera pela transpiração ou pela simples e direta evaporação (evapotranspiração).
Consultar
Ciclo da água – em www.suapesquisa.com/pesquisa/ciclo_agua.Htm
Ciclo da Água – em www.eb1-murca-n1.rcts.pt/imagens/agua.ppt
Ciclo da chuva – em Ciclodachuva- ebias.pbworks.com/ciclo+da+chuva
Ciclo do uso da agua. Tempo para refletir. – em www.cori.unicamp.br/foruns/energia/evento10/edson.ppt -
Ciclo hidrologico – em www.meioambiente.pro.br/agua/guia/ociclo.htm
O ciclo da chuva – em http://ciencia.hsw.uol.com.br/clima6.htm
O ciclo hidrológico. - na atmosfera = resfriamento do vapor d`água ... – em www.agracadaquimica.com.br/quimica/arealegal/slides/77.pps
www.serrano.neves.nom.br/helcias/011_helcias.pdf
Universidade da Água - A chuva – em http://www.uniagua.org.br/public_html/website/default.asp?tp=3&pag=trabalhos.htm
Temperatura Entropia Energia - parte 02 S ...
www.serrano.neves.nom.br/helcias/003_helcias.pdf
Helcias B. de Pádua
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Jan.2010
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