PALAVRA
-Minhas palavras exprimem meus sentimentos
Escrevo intuitivamente sobre fatos aleatórios
-A poesia modela, dá formas e movimentos.
Unindo letras tortas eu formo laboratórios
-Resumindo fórmulas que compõe experimentos
Separo, catalogo e guardo em reservatórios.
-Injetando nas veias em fases de crescimentos
Elementos novos serão registrados em cartórios
-Não são meras receitas vindas do pensamento
Invadirão as páginas dos livros nos escritórios
-Acolherão minhas alegrias e meus sofrimentos.
-Com as minhas palavras posso ferir e elogiar
Mas o ferimento cicatriza e o elogio permanece
-O objetivo não é com as asperezas me acostumar
À medida que se acostuma o homem esquece
-Levanta abra a cortina para o raio solar
Seus raios reluzentes a nossa alma aquece
-A poesia cura se em doses homeopáticas administrar
Na praia poluída a contaminação entristece
-Sala com ar condicionado para o ar puro entrar
A tecnologia, suas amenidades nos oferece.
-Acostumados a ela um alto preço vamos pagar
O sabor artificial é o que mais nos apetece
-Nos modismos que insistem em nos distanciar
Diante da contemporaneidade a humanidade adoece
-Triste destino dos recursos que irão se esgotar
E indiferente, a ganância dos dominadores cresce.
-Invadindo nossa privacidade nos fazem acreditar
Verdades e mentiras, e a aranha a sua teia tece.
Inspirada, encontra a matéria prima que vai precisar.
A palavra é assim: ela vai e vem ela sobe e desce.
Autor: José Carlos Gueta
-Minhas palavras exprimem meus sentimentos
Escrevo intuitivamente sobre fatos aleatórios
-A poesia modela, dá formas e movimentos.
Unindo letras tortas eu formo laboratórios
-Resumindo fórmulas que compõe experimentos
Separo, catalogo e guardo em reservatórios.
-Injetando nas veias em fases de crescimentos
Elementos novos serão registrados em cartórios
-Não são meras receitas vindas do pensamento
Invadirão as páginas dos livros nos escritórios
-Acolherão minhas alegrias e meus sofrimentos.
-Com as minhas palavras posso ferir e elogiar
Mas o ferimento cicatriza e o elogio permanece
-O objetivo não é com as asperezas me acostumar
À medida que se acostuma o homem esquece
-Levanta abra a cortina para o raio solar
Seus raios reluzentes a nossa alma aquece
-A poesia cura se em doses homeopáticas administrar
Na praia poluída a contaminação entristece
-Sala com ar condicionado para o ar puro entrar
A tecnologia, suas amenidades nos oferece.
-Acostumados a ela um alto preço vamos pagar
O sabor artificial é o que mais nos apetece
-Nos modismos que insistem em nos distanciar
Diante da contemporaneidade a humanidade adoece
-Triste destino dos recursos que irão se esgotar
E indiferente, a ganância dos dominadores cresce.
-Invadindo nossa privacidade nos fazem acreditar
Verdades e mentiras, e a aranha a sua teia tece.
Inspirada, encontra a matéria prima que vai precisar.
A palavra é assim: ela vai e vem ela sobe e desce.
Autor: José Carlos Gueta
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Marina Colasanti (Asmara (Etiópia), 1937) chegou ao Brasil em 1948, e sua família se radicou no Rio de Janeiro. Entre 1952 e 1956 estudou pintura com Catarina Baratelle; em 1958 já participava de vários salões de artes plásticas, como o III Salão de Arte Moderna. Nos anos seguintes, atuou como colaboradora de periódicos, apresentadora de televisão e roteirista. Em 1968, foi lançado seu primeiro livro, Eu Sozinha; de lá para cá, publicaria mais de 30 obras, entre literatura infantil e adulta. Seu primeiro livro de poesia, Cada Bicho seu Capricho, saiu em 1992. Em 1994 ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia, por Rota de Colisão (1993), e o Prêmio Jabuti Infantil ou Juvenil, por Ana Z Aonde Vai Você?. Suas crônicas estão reunidas em vários livros, dentre os quais Eu Sei, mas não Devia (1992). Nelas, a autora reflete, a partir de fatos cotidianos, sobre a situação feminina, o amor, a arte, os problemas sociais brasileiros, sempre com aguçada sensibilidade.
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